Ex-goleiro pelos clubes Marselha e Lyon, Pascal Olmeta estava em um grupo de caça “para caridade” no Zimbábue. Entre as fotos de sua viagem divulgadas estava um vídeo que mostrava um elefante sendo baleado em duas ocasiões, uma delas na cabeça, enquanto o ex-jogador comemorava o feito.
A filmagem, que dura cerca de quatro minutos e é acompanhada de trilha sonora, mostra o jogador e um guia, ambos armados com fuzis, mirando um elefante antes de disparar. Com o animal agonizando de dor no chão, uma bala fatal foi dispara através da cabeça, seguida de sons de risadas e comemorações, bem como uma série de fotos junto à carcaça.
O vídeo foi registrado em uma viagem à África que ocorreu em 2011, e anunciadas no site de um projeto de caridade feito pelos filhos do jogador, chamado A Smile, A Hope For Life (Um Sorriso, Uma Esperança Para a Vida, em tradução livre). Entre outros projetos, a ONG afirma que o jogador pretende construir uma casa para crianças deficientes em sua ilha natal, Córsega.
Segundo Masha Kalinina, especialista em Política de Comércio Internacional e membro da ONG Humane Society International, “enquanto o mundo enfrenta uma crise de caça ilegal de elefantes, com cerca de 100 mortos a cada dia, é absolutamente revoltante ver qualquer um comemorando o ato de tirar uma vida inocente, inclusive de uma espécie tão magnífica”.
De acordo com ela, o Zimbábue é um país notório pela corrupção e não seria surpresa se todo o dinheiro investido por Olmeta no protejo não tenha sido usado para combater a conservação. Ao invés disso, ela garante que o dinheiro provavelmente foi parar no bolso de funcionários corruptos.
“Como esportista, Olmeta deixou a desejar, porque não há uma falta de conduta esportiva mais evidente do que deixar um elefante selvagem sofrer uma morte tão assustadora e angustiante”, disse. “Os gritos de dor do animal contrastavam com a nojenta alegria de Olmeta”.
O goleiro, por outro lado, minimizou o caso do vídeo, dizendo que ele só teria abatido o animal em razão da superpopulação de elefantes que à época ocorria no país. Em uma nota de esclarecimento, ele disse que os “elefantes causam danos irreparáveis às moradias e também são a causa de muitas mortes entre as populações locais”.
Ele também afirmou, por meio do comunicado, que o problema da superpopulação é real. “No total, mais de 17 mil elefantes estão presentes no território do Zimbábue, um valor demasiadamente grande para a área disponível para moradias”, disse. “Por esta razão, o país organiza anualmente uma caça legal e regulada, a fim de satisfazer a necessidade de regulamentação das espécies. Os animais afetados são selecionados previamente pelas autoridades”.
Os escolhidos, segundo ele, são os mais velhos e os que causam maiores danos para as populações locais. Ainda, o objetivo da caça que participou, visava manter a sustentabilidade das espécies e manutenção do equilíbrio entre os grupos. As presas das vítimas teriam sido entregues ao Parque Nacional e a carne distribuída entre os locais.
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